Duas situações levaram o estudante de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Roger Bueno, a criar a plataforma Selar, que reúne prestadores de serviço nas mais diversas categorias, como moda, beleza, consultoria e transporte.
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A primeira foi a cunhada que precisou de conserto veicular no primeiro dia de 2021 e aguardou mais de quatro horas pelo seguro em uma estrada do litoral de São Paulo. A segunda é que o próprio Roger se aventurava como montador de guarda-roupa em casa. Um sofrimento que passou após contratar um profissional para realizar o serviço, que durou 40 minutos.
Uma história que começou a fazer sentido no dia 16 de abril do ano passado. Nessa data, Bueno acessava o Instagram, quando viu uma publicação sobre negócios de sucesso em plataformas como Uber e Airbnb. “Então, todos modelos de negócio que deram certo. Eu falei: ‘Poxa, qual a plataforma não existe? O que que tá faltando? Isso me trouxe o insight: uma plataforma para conectar quem precisa e pode oferecer serviços”, conta.
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Entre a construção e o lançamento do aplicativo no último mês de outubro, Roger se deparou com dificuldades. Tentou elaborar o design, mas “ficou horrível”. Na parte da programação, o conhecimento era insuficiente para desenvolver a ferramenta. Tinha reservado 3 mil reais para o back-end do aplicativo, mas o valor cobrado era quatro vezes maior.
A partir das necessidades, ele foi montando a equipe, atualmente, formada por seis pessoas (quatro sócios e dois voluntários) nas áreas de gerência, vendas, design de marca e interface, programação, marketing e redes sociais. Metade do pessoal é estudante ou egresso da UFS.
O app
No aplicativo, o usuário tem acesso a uma lista com número de telefone e redes sociais dos prestadores de serviço por categoria de atuação. O diferencial da iniciativa é a reunião de diversas atividades do setor em um único espaço. O objetivo, segundo Roger, é aproximar e facilitar o contato do cliente com a empresa ou o profissional autônomo e aumentar os rendimentos do setor econômico.
“A gente faz o caminho que o cliente faria, que dá muito trabalho, que é procurar profissionais na internet. A gente procura em vários canais pelo Instagram, grupos de WhatsApp, conversa com esse profissional e apresenta o aplicativo”, afirma Roger sobre a estratégia de adesão dos profissionais à iniciativa.
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Até o último dia 3, a plataforma de uso gratuito e disponível para download nas lojas virtuais contava com mais de 400 profissionais cadastrados da região metropolitana de Aracaju (Aracaju, Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão) e três mil interações. “A gente está atuando bem focado nessa região específica. O nosso objetivo é conseguir validar o modelo de negócio aqui e, depois, pretende expandi-lo no Nordeste”, diz.
Para colocar o negócio no ar, Bueno afirma que o investimento foi de cerca de 8 mil reais com registro de marca e CNPJ, por exemplo. São duas as formas de monetização que a iniciativa planeja ofertar no próximo mês: verificação da conta e planos semanais de assinatura, com valores que variam de 12 a 26 reais.
Roger Bueno relata que “sempre” se interessou por projeto de gerenciamento e empreendedorismo e destaca a importância da universidade para criação do aplicativo Selar. “Dentro da universidade, aprendi a me virar sozinho e, de certa forma assim, a estudar e a buscar o conhecimento. É uma coisa que o ambiente universitário estimula. Então, isso também trouxe segurança na hora de empreender e saber que eu consigo.”
Abel Serafim - Rádio UFS
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