Algumas condições de saúde estarão presentes em todos os ciclos de vida da pessoa, mas algumas atitudes e práticas podem promover a sua qualidade de vida. No caso da epilepsia, algumas alternativas têm sido investigadas cientificamente. Uma delas é a importância do histórico de exercícios físicos na redução das crises. Alguns estudos - em sua maioria realizados com animais - já indicam essa possibilidade, embora ainda não haja comprovação científica.
A professora Lavinia Teixeira, do Departamento de Educação em Saúde e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde da Universidade Federal de Sergipe (PPGCAS), publicou o estudo “The Potential Role of Previous Physical Exercise Program to reduce seizure susceptibility: a systematic review and meta-analysis of animal studies”.
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A revisão sistemática com meta-análise feita pelos pesquisadores foi divulgada na revista Frontiers in Neurology e demonstrou que o exercício físico realizado previamente em diversos modelos animais de epilepsia pode ser um fator para a redução das crises epilépticas.
No Brasil, a incidência de pessoas com epilepsia é de cerca de 2 a 3% da população. Segundo a professora Lavínia, “a pessoa que tem epilepsia que faz exercício físico regularmente, pode evitar a predisposição de desenvolver crises epiléticas. Mas há evidência de que o exercício físico aumenta a resiliência do cérebro para desenvolver disfunções neurológicas.
Embora os estudos com humanos mostrem que pode ou não diminuir as crises, a prática regular de exercícios promove benefícios em diversos outros aspectos da saúde, como qualidade de vida.” Além disso, segundo a pesquisadora, os exercícios físicos também podem ajudar a reduzir outras comorbidades associadas à epilepsia, como depressão, ansiedade, memória, atenção e outros aspectos cognitivos.
Pesquisa multidisciplinar
O estudo foi desenvolvido com as mestrandas do PPGCAS, Adrielle Passos e Mayara Ribeiro, em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Alexandre Graciani, Jean Faber, João Brogin e Robson Gutierre, liderados pelo professor Ricardo Mario Arida.
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A rede de colaboração em pesquisa iniciou no pós-doutorado da professora Lavínia, realizado na UNIFESP. “Encontrei pesquisadores da área de Neurociência, que investigam diversos assuntos relacionados a pessoas com deficiência, sobre o qual temos feito colaborações em estudos, fortalecendo a rede nacional de pesquisa”, observa Lavínia.
Ana Laura Farias
Campus Lagarto