Se a vacinação contra a covid-19 avançar e a taxa de reprodução do vírus (Rt) ficar abaixo de 1 a partir do final do mês de junho, a previsão é que a estabilização da pandemia em Sergipe ocorra a partir de dezembro deste ano. É o que aponta um estudo divulgado nesta sexta-feira, 4, por pesquisadores do Departamento de Economia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), no âmbito do Projeto EpiSergipe.
Esse cenário controlado da contaminação, segundo o professor Fábio Rodrigues de Moura, representa o registro, em média, de cinco novos casos diários da doença. Nisso, foi simulada a redução da velocidade de transmissão do vírus provocada pelo avanço da imunização, impedindo que a taxa fique acima de 1 novamente. Dessa forma, estima-se a estabilização da doença no estado a partir do dia 9 de dezembro de 2021.
Atualmente, com base nos boletins epidemiológicos da Secretaria de Estado da Saúde (SE), no período de 15 de outubro de 2020 a 30 de maio de 2021, o pesquisador afirma que a taxa de reprodução do vírus se encontra no intervalo entre 1,12 e 1,25. Isso significa que 100 pessoas infectadas podem vir a contaminar até outras 125.
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"Trata-se de uma projeção de caráter otimista e conservador. Devido ao aumento da velocidade de propagação nos últimos meses, ainda que se estabeleça uma hipótese de quebra no comportamento de transmissão, as melhores estimativas mostram que a doença somente iniciaria sua fase de estabilização ao fim do ano," afirma o professor.
"Esses resultados evidenciam a importância da continuidade e do fortalecimento do plano de vacinação contra a infecção, sob pena do aparecimento de novas ondas e de um prolongamento da trajetória da covid-19 no estado," acrescenta o pesquisador.
Doutor em Economia Aplicada, Moura ainda explica porque as previsões de estabilização estão se prolongando ao longo do tempo. Em fevereiro deste ano, por exemplo, a estimativa indicava um cenário controlado a partir do próximo mês de julho.
"Além do andamento da vacinação, vale frisar que a previsão pode se estender ainda mais, por conta de outros fatores, como o comportamento da população no distanciamento físico, as medidas de cuidado e as novas variantes do vírus", ressalta.
Além de Fábio Moura, a análise foi elaborada pelos professores do Departamento de Economia da UFS, Fernanda Esperidião, Luiz Carlos Ribeiro, José Ricardo de Santana, José Roberto Lima Andrade e Marco Antônio Jorge e pelos discentes do mestrado acadêmico em Economia, José Heleno Alves da Silva e Maria Jadenice de Santana.
Projeto EpiSergipe
A Universidade Federal de Sergipe firmou uma parceria com o Governo de Sergipe para o desenvolvimento de um projeto que visa acompanhar o grau de contaminação e os impactos do coronarívurs em Sergipe. O investimento é de R$ 4.160.000,00.
Subdividido em três vertentes, o Projeto EpiSergipe tem duração de um ano e consiste em monitorar o nível de infecção da covid-19 no território sergipano, identificando-se a prevalência da doença, estimar os impactos socioeconômicos da pandemia no estado e acompanhar os impactos sociais da contaminação em populações mais vulneráveis.
Josafá Neto
Rádio UFS