O número de pessoas contaminadas pela covid-19, em Sergipe, pode chegar a 1.400 até a próxima quinta-feira, 7. Isso representa um aumento de 86% de casos confirmados nos próximos quatro dias, estimando-se o índice de isolamento da população em 60% e as 730 notificações da doença até o último domingo, 3. Essa projeção é baseada em um estudo publicado por pesquisadores do Laboratório de Economia Aplicada e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal de Sergipe.
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A nota técnica, elaborada pelos professores Fábio Rodrigues Moura, Fernanda Esperidião, Luiz Carlos Ribeiro, José Ricardo de Santana, José Roberto Lima Andrade, Marco Antônio Jorge, apresenta cenários de previsão de contaminação por covid-19, a partir das notificações de casos no estado entre os dias 14 e 27 de abril, considerando previsões definidas com percentuais de quarentena, entre 60% (máximo) e 30% (mínimo). Essa taxa estava em 56% no estado, até o último sábado, 2, quando foi divulgada a última atualização do Índice de Isolamento Social desenvolvido pela Inloco.
Os pesquisadores apontam que, com a taxa de isolamento social em 60% após o 45º dia, desde a confirmação do primeiro caso, a previsão é de 1.320 infectados ao final de 55 dias, ou seja, dia 7 de maio. Esse número é considerado expressivo, de acordo com a pesquisa, por representar uma pressão em potencial no sistema de saúde do estado.
Outro cenário, dessa vez com previsão para trás, simula o "afrouxamento da quarentena, com a redução do percentual de isolamento para apenas 30% da população sergipana. A previsão do total de infectados ao final de 45 dias, isto é, 27 de abril, seria de 8.199 infectados. Supondo-se uma taxa de internamento em UTI de 4,45 pessoas em cada 100 infectados, segundo dados da secretária de estado da Saúde em 29 de abril, isso implicaria um colapso do sistema de saúde, haja vista que há disponibilidade de apenas 85 leitos de UTI exclusivos para a covid-19", diz o estudo.
A professora Fernanda Esperidião explica que a nota técnica demonstra como o isolamento social é uma medida eficaz para retardar o crescimento da doença e evitar o colapso no sistema de saúde. “É preciso deixar claro que se trata de uma projeção e considerar ainda que temos problemas de subnotificações. Mostramos o que aconteceria se o isolamento fosse menor ou se ele fosse mais otimista. Mostramos também que os números de infectados seriam maiores num cenário pessimista. E isso teria um efeito muito complicado, que provocaria um colapso no sistema,” afirma.
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Leader
O Leader - Laboratório de Economia Aplicada e Desenvolvimento Regional - é um grupo de pesquisa vinculado ao Programa Acadêmico de Pós-Graduação em Economia e ao Departamento de Economia da UFS, que tem por objetivo desenvolver pesquisas econômicas aplicadas de excelência voltadas para o desenvolvimento regional, buscando identificar problemas e propor estratégias para subsidiar a elaboração e condução de políticas para o Brasil, como também para suas regiões e cidades. O laboratório foi criado em dezembro de 2015, agregando professores, alunos de pós-graduação e graduação e pesquisadores com interesse em economia aplicada e, que desenvolvam pesquisas direta e indiretamente, com ênfase em economia regional.
Por Josafá Neto