Josafá Neto | Rádio UFS - O Laboratório de Bioquímica Clínica do Departamento de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) alcançou, nesta quarta-feira, 12, a marca de 15 mil testes realizados para a detecção de anticorpos do novo coronavírus. Os exames estão sendo processados no Labic desde o início do mês de maio, quando começou o projeto de testagem da covid-19 nos municípios mais populosos do estado.
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A força-tarefa é formada por seis professores e dez alunos dos departamentos de Farmácia, Nutrição, Medicina e Educação em Saúde. Eles percorreram, nos últimos três meses, as dez cidades mais populosas de Sergipe, onde foram realizados 3.050 testes sorológicos para a identificação de anticorpos IgG e IgM em pessoas assintomáticas.
A segunda etapa da ação promoveu a testagem de 2.450 profissionais de serviços considerados essenciais das áreas da saúde, segurança pública e limpeza urbana. Já a terceira etapa incluiu mais 2.000 testes na população carcerária e em situação de rua.
Essas três fases do projeto de testagem foram realizadas através de um convênio firmado entre a Universidade Federal de Sergipe e o Ministério Público do Trabalho (MPT-SE), Ministério Público Federal (MPF-SE) e Ministério Público Estadual (MPE-SE).
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Dez prefeituras também firmaram acordo de cooperação técnica com a UFS para a realização de testes sorológicos da covid-19. Foram eles: Carira, Itabaiana, Macambira, Riachuelo, Frei Paulo, Campo do Brito, Divina Pastora, Capela, Malhador e Poço Verde. Ao todo, a força-tarefa da UFS já processou mais de 7.000 exames nesses municípios.
Outra parceria possibilitou a testagem de cerca de mil trabalhadores da construção civil, a fim de viabilizar a retomada das atividades presenciais do setor no estado. O convênio entre UFS, construtoras e sindicatos também foi firmado através do MPT-SE.
"Todas essas ações são fruto do engajamento da UFS, que mais uma vez cumpre seu papel junto à comunidade, auxiliando a população na falta de acesso aos testes. São ações de caráter emergencial, que visam auxiliar na execução dos testes, ajudando nas tomadas de decisões epidemiológicas, para que possamos vencer esta pandemia, reafirmando o papel da Universidade Federal de Sergipe no apoio social, salvando vidas e auxiliando as tomadas de decisões públicas diante dessa terrível pandemia", ressalta o professor de Farmácia e coordenador do Labic, Lysandro Pinto Borges.
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Metodologia de análise
As amostras de sangue são processadas no Laboratório de Bioquímica Clínica por meio do método de fluorescência de anticorpos IgG e IgM para a SARS-CoV-2, no qual o Índice de Cut-off (COI) maior ou igual a 1,1 indica o resultado reagente para IgG e IgM; entre 0,9 e 1,1 COI é indeterminado; e, por fim, abaixo de 0,9 COI é não reagente.
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Vale reforçar que, na verdade, o teste de sorologia não detecta o novo vírus respiratório, mas sim os anticorpos que organismo humano produz diante do contato com o vírus. Por isso, são utilizados para auxiliar o mapeamento do status imunológico da população, que já teve contato ou já está imune ao vírus, a fim de contribuir, sobretudo, no relaxamento ou endurecimento de medidas restritivas de distanciamento.
Recentemente, o Labic também passou a processar o teste rápido para o antígeno viral. Trata-se de um ensaio imunocromatográfico para a detecção qualitativa do antígeno do novo coronavírus em amostras de SWAB nas secreções respiratórias, tendo sensibilidade próxima ao exame de biologia molecular de referência (RT-PCR).