A Universidade Federal de Sergipe realizou quase 4 mil testes da covid-19 na população sergipana para identificar pessoas assintomáticas, ou seja, que não apresentam sintomas da doença. A força-tarefa envolve professores e alunos da UFS e técnicos do Hospital Universitário, em parceria com profissionais de saúde do estado e municípios.
A primeira etapa do projeto de testagem foi concluída na manhã deste sábado, 9, em Nossa Senhora da Glória e Simão Dias. A ação voluntária atendeu os dez municípios mais populosos do estado. São eles: Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, Lagarto, Itabaiana, São Cristovão, Estância, Tobias Barreto, Itabaianinha, Simão Dias e Glória.
“Esse é um projeto desenvolvido pela Universidade Federal de Sergipe em parceria com 15 universidades no Brasil, principalmente, a Universidade Federal de Pelotas, que fez um projeto similar. Nós queremos estabelecer a prevalência da covid - 19 na população sergipana. Não é um teste em massa aleatório: tem critério de sexo, idade, e, principalmente, (segue) os grupos etários definidos pelo IBGE,” afirma o coordenador da iniciativa e professor do departamento de Farmácia da UFS, Lysandro Pinto Borges.
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O professor ainda afirma que o inquérito epidemiológico, além de subsidiar o Estado e os Municípios no processo de tomada de decisões, busca indicar o número de pessoas assintomáticas que circulam nessas localidades, e estão contaminando outras pessoas.
Deivisson Ferreira, de 22 anos, foi um dos primeiros a fazer o teste da covid-19 durante a ação na feira livre do conjunto João Alves, em Nossa Senhora do Socorro. A prevenção, segundo ele, o instigou a entrar na fila para fazer o teste. "Eu vim participar aqui para saber se estou com a doença, porque é importante sempre se prevenir", conta.
Em Itabaiana, quase 400 pessoas realizaram o teste. ”Mobilizamos os nossos profissionais de saúde em parceria com a SMTT, guarda municipal e a Polícia Militar para poder fazer com que acontecesse esse evento, sem aglomerações, como mandam os protocolos do Ministério da Saúde," diz a secretaria municipal de Saúde, Mara Rúbia.
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Fazer a triagem das pessoas antes da testagem é a tarefa do estudante de Nutrição da UFS, Rafael Fontes. Ele explica que, depois da coleta de sangue, o resultado do exame é divulgado através do celular em até sete dias. "Eu anoto o nome, endereço, faço a ficha da pessoa, para, depois, colocar no sistema para que, quando sair o resultado, ela já tenha o resultado no celular por mensagem, tudo seguro, sem sair de casa," pontua.
Depois de percorrer a capital e o interior do estado ao longo da semana, a próxima parada da força-tarefa da UFS será nos serviços considerados essenciais, em especial para testar os profissionais que estão na linha de frente na prevenção e combate ao coronavírus. Na segunda etapa, serão aplicados 3.500 mil testes no sistema drive-thru.
”Passaremos a cuidar daquelas pessoas que cuidam da gente, os profissionais de saúde, principalmente. Depois, as pessoas que estão inseridas nos serviços essenciais, para testar essas pessoas que precisam sair de casa e se movimentar por conta das suas atividade laborais.Então, nós iremos iniciar ,no final dessa primeira parte,uma testagem nessa população para garantir que eles estejam, bem, em segurança, para execução das suas funções,” ressalta o vice-reitor da UFS, professor Valter Santana.
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Força-tarefa
Foram destinados mais de R$ 1 milhão de sanções pecuniárias depositados em conta judicial para a execução do projeto, por decisão do juiz da 3ª Vara do Trabalho de Aracaju, Luiz Manoel Andrade Menezes. O magistrado homologou o acordo firmado entre a UFS, Ministério Público do Trabalho (MPT-SE), Ministério Público Federal (MPF-SE) e Ministério Público de Sergipe (MPE-SE) para a realização de 7.500 testes.
A universidade viabilizou a aquisição de 3.000 kits de teste rápido em cassete 2019-nCoV IgG/IgM; 2.000 testes de covid-19 antígeno por fluorescência direta com comodato de analisador f-200; e 2.500 testes covid anticorpos igG e IgM fluorescência.
Por Abel Victor e Josafá Neto