Sex, 24 de abril de 2020, 16:12

Pesquisadores da UFS publicam estudo em revista internacional sobre fatores associados à mortalidade por covid-19
Publicação com dados de 852 pacientes analisa preditores de morte por coronavírus

Pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) publicaram um artigo na European Journal of Internal Medicine sobre fatores de risco associados à mortalidade por infecção pela covid-19. O estudo publicado na revista médica nesta quinta-feira, 23, analisou informações de 852 pacientes com diagnóstico do novo coronavírus, e apresenta uma síntese quantitativa de evidências de dados clínicos e laboratoriais.

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Paulo Ricardo Martins Filho, professor do Departamento de Educação em Saúde e chefe do Laboratório de Patologia Investigativa da UFS, liderou a pesquisa, que, segundo ele, "busca colaborar com decisões antecipatórias de profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate à doença. Estes dados deverão ajudar os médicos de terapia intensiva a tomar melhores decisões em relação ao manejo de pacientes contaminados."

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Profº Paulo Martins lidera série de pesquisas sobre covid-19. Foto: Arquivo pessoal
Profº Paulo Martins lidera série de pesquisas sobre covid-19. Foto: Arquivo pessoal

Ao analisar dados de 489 homens e 363 mulheres contaminados pela SARS-CoV-2, sendo 603 sobreviventes e 249 não-sobreviventes, o estudo lista os fatores de risco, a fim de entender o contexto da morte hospitalar. "Idade mais avançada, presença de estados inflamatórios crônicos, dispnéia no início da doença, diminuição das trocas gasosas, aumento dos níveis de IL-6, linfopenia, diminuição da contagem de células CD4 e CD8, alterações nos índices bioquímicos e anormalidades de coagulação incluindo TP prolongado, aumento do D-dímero e trombocitopenia são preditores de mortalidade em pacientes com covid-19. Além disso, há um risco aumentado de morte para pacientes que desenvolvem SDRA, lesão cardíaca, doença renal, DIC e sepse," diz a pesquisa.

A análise aponta ainda que, "embora a dispnéia não tenha sido descrita como a queixa predominante para os pacientes com covid-19, o reconhecimento precoce do desconforto respiratório pode fazer diferença em relação ao prognóstico dos pacientes."

O artigo foi desenvolvido em parceria com a doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da UFS, Carolina Santos Souza Tavares, e o professor do Centro de Epidemiologia e Saúde Pública da Universidade Federal de Alagoas, Victor Santana.

"Essa série de trabalhos que estão sendo publicados neste período difícil de pandemia buscam auxiliar de alguma forma na tomada de decisões. Essas recomendações já estão sendo utilizadas por gestores e profissionais de saúde," finaliza Paulo Martins.

Por Abel Victor e Josafá Neto


Atualizado em: Sex, 24 de abril de 2020, 18:53

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